domingo, 12 de outubro de 2014

8º Ano São Roque: Unificação alemã e unificação italiana


UNIFICAÇÃO ITALIANA

A península Itálica era uma região dividida em várias unidades políticas independentes entre si. Com as decisões do Congresso de Viena, passou a ser dominada por austríacos e franceses, bem como pela Igreja Católica. O desenvolvimento industrial levou ao crescimento das cidades e à intensificação do comércio. Para dar continuidade ao processo de crescimento e expansão de suas atividades no exterior, a burguesia local desejava a unificação de toda a região.

O rei do Piemonte-Sardenha, Carlos Alberto, liderou a primeira tentativa de unificação em 1848, declarando guerra contra a Áustria. Esta declaração, baseada nos ideais liberais e nacionalistas, incentivou rebeliões em vários estados na península, mas todas foram sufocadas pelas tropas austríacas e pela intervenção francesa. Com a derrota, Carlos Alberto abdicou ao trono em favor de seu filho Vitor Emanuel II.  Mas o ideal de unificação se manteve vivo pelos nacionalistas.

Somente o reino do Piemonte-Sardenha possuía uma constituição liberal. A burguesia incentivou o movimento a favor da unificação da Itália, liderado pelo primeiro-ministro Camillo Benso, conde de Cavour, e por manifestantes políticos como Giuseppe Mazzini, fundador do movimento Jovem Itália, que visava à criação de uma república italiana.

Cavour deu início, apoiado pela França, à guerra contra a dominação austríaca em 1859, conseguindo importantes vitórias. Enquanto isso, no sul da península, Giuseppe Garibaldi formou um exército de voluntários, conhecido como camisas vermelhas, e avançou pelo território.

Ao final de 1860, a unificação estava praticamente concluída. Vitor Emanuel II foi proclamado rei da Itália. Somente Veneza e Roma resistiram por algum tempo, sendo a primeira anexada em 1866 e a segunda, em 1870.
Questão Romana
O Papa Pio IX e a Igreja Católica, não aceitaram a perda de seus territórios. Mesmo com Roma anexada, o papa permaneceu no palácio do Vaticano, considerando-se um prisioneiro.

Essa questão resolveu-se apenas em 1929 com a assinatura do Tratado de Latrão, entre o papa Pio IX e o Estado italiano. Esse tratado determinou a criação do pequeno Estado do Vaticano, com área de 0,44 Km², sob o governo da Igreja Católica.

UNIFICAÇÃO ALEMÃ

A Alemanha era um conjunto de 39 Estados independentes entre si e diversificados. Desde 1815, pelas determinações do Congresso de Viena, esses Estados estavam reunidos na Confederação Germânica, liderada pela Prússia e pela Áustria.

Em 1834, sob a influência de grupos de industriais, sobretudo da Prússia, estabeleceu-se o Zollverein, uma união aduaneira (uma forma de integração econômica) com o objetivo de eliminar os impostos alfandegários entre os integrantes da Confederação Germânica. Até 1823, quase todos os Estados alemães haviam aderido ao Zollverein, exceto a Áustria. Além de integrar a Confederação Germânica, o Zollverein contribuiu para impulsionar o desenvolvimento econômico alemão.

Bismarck e Unificação
Em vários Estados da Confederação Germânica, cresciam as ideias nacionalistas, elaboradas por intelectuais que desejavam a união étnica e cultural dos povos germânicos sob a tutela de um só Estado.

A primeira tentativa, empreendida pela Prússia em 1850, fracassou devido à interferência da Áustria. Em 1862, no entanto, o rei prussiano Guilherme I nomeou como seu primeiro ministro Otto von Bismarck, conhecido como o Chanceler de Ferro, e a Prússia passou a liderar firmemente o processo de unificação, investindo em força bélica.

Bismarck acreditava que a unificação da Alemanha não se concretizaria sem o uso da força militar. Assim, usando de diplomacia, mas também de muita determinação, organizou um poderoso exército e liderou a Prússia em guerras contra a Dinamarca, Áustria e França. Ao final dessas guerras, em 1871, Guilherme I foi proclamado imperador da Alemanha.
Unificada a Alemanha, o processo de industrialização do país acelerou-se, tornando-o uma das economias mais fortes do mundo. Esse crescimento industrial, econômico e militar, por sua vez, exigiu a ampliação dos mercados consumidores para seus produtos, levando a Alemanha a disputar regiões coloniais antes dominadas por Inglaterra e França.

EXERCÍCIO



(ESPM - 2012) As imagens mostram dois importantes personagens da história europeia do século XIX, figuras que expressaram com sua liderança o sentimento nacionalista:
Figuras de liderança nacionalista (Foto: Reprodução/ESPM)Figuras de liderança nacionalista (Foto: Reprodução/ESPM)
(a) a figura I é de Bismarck, ministro prussiano e articulador do processo de unificação da Alemanha – a figura II é de Vitor Emanuel, rei do Piemonte-Sardenha e primeiro rei da Itália unificada; 
(b) a figura I é de Guilherme I, declarado kaiser do II Reich alemão em 1871 – a figura II é de Vitor Emanuel, rei do Piemonte-Sardenha e primeiro rei da Itália unificada;

(c) a figura I é de Von Moltke, o comandante prussiano responsável pela unificação alemã – a figura II é de Giuseppe Garibaldi, líder dos camisas vermelhas, forças populares republicanas, que combateram pela unificação da Itália;

(d) a figura I é de Bismarck, representante da aristocracia prussiana e artífice da unidade alemã – a figura II é Giuseppe Garibaldi, herói da unificação italiana e líder dos camisas vermelhas;

(e) a figura I é do kaiser Guilherme I, fundador do II Reich alemão – a figura II é de Camilo Cavour, ministro do reino do Piemonte-Sardenha e artífice da unificação italiana.

Gabarito:
Letra D. O aluno pode chegar à resposta correta a partir do conhecimento de que o processo de unificação alemã foi dirigido pela burguesia industrial, sob liderança de Bismarck, em aliança com membros da aristocracia que via nessa unificação a consolidação do 1º império (Reich) alemão, enquanto no processo de unificação italiana ocorre uma forte participação das camadas populares e camponesas do sul da Itália, liderados por Giuseppe Garibaldi, fato que pode ser atestado na imagem do líder italiano que se apresenta como uma pessoa do povo (imagem II).

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