terça-feira, 18 de março de 2014

2º ANO "B" e "C" DA ESCOLA FLÁVIO RODRIGUES: TRABALHO DE FILOSOFIA


Problema gnosiológico

A FILOSOFIA E AS FORMAS DE CONHECIMENTO


A filosofia inaugurou um novo tipo de conhecimento, o conhecimento racional. É um tipo de conhecimento em contraposição ao conhecimento mitológico. A partir daí basicamente duas correntes filosóficas dominaram a história: O racionalismo e o empirismo. A questão por trás desta dualidade é a seguinte: O conhecimento verdadeiro vem pela razão ou pela sensação?
Racionalismo: É a doutrina sobre o conhecimento que atribui confiança exclusiva à razão como instrumento para conhecer a verdade. Há princípios lógicos na mente independente da experiência que julga  a realidade e auxilia na aquisição do conhecimento verdadeiro.
Empirismo: Segundo este, as nossas ideias são provenientes da experiência e dos sentidos. “Nada vem à mente sem ter passado antes pelos sentidos”, dizia John Locke.
Portanto, pertence à filosofia a crítica sobre a origem do conhecimento e sua validade. O conhecimento digno de confiança precisa ser avaliado, passar por critérios para apurar a sua validade.

Questões:
1.  O que é mito? O que é razão?
2.  Qual a diferença entre uma verdade científica e uma verdade religiosa?
3.  É possível chegar à verdade?


4.  Por que existem tantas verdades que se excluem?
5. Despojada do secreto, a theoría do físico transforma-se assim no objeto de um debate; ela se prepara para justificar-se; ser-lhe-á necessário prestar contas do que afirma, prestar-se à crítica e à controvérsia. VERNANT, Jean-Pierre. Mito e Pensamento entre os gregos. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. Cap. 7. p. 481. De acordo com o trecho acima, conclui-se que 
(A) a filosofia surge, na Grécia antiga, não só independentemente das instituições da pólis, mas principalmente contrária a elas. 
(B) a distinção entre pensamento mítico e pensamento filosófico é completamente insignificante, pois já os mitos de Homero e Hesíodo devem ser considerados filosóficos. 
(C) a filosofia, que surge com os primeiros investigadores da natureza, herda da tradição mítica o compromisso com os rituais de realeza e de soberania. 
(D) o discurso dos primeiros investigadores da natureza acompanha as formas institucionais da pólis. 
(E) o surgimento da filosofia consistiu no primeiro despertar do pensamento, constituindo, propriamente, uma espécie de milagre na história. 

6. Segundo Aristóteles, o conhecimento das causas é superior ao conhecimento dos fatos. 
PORQUE 
A ciência para Aristóteles caracteriza-se por ser um saber contemplativo, enquanto a arte é um saber produtivo. 
Analisando-se as afirmações acima, conclui-se que 
(A) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. 
(B) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. 
(C) a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa. 
(D) a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira. 
(E) as duas afirmações são falsas. 

7. Em "O Banquete", de Platão, Sócrates apresenta um diálogo que travara com Diotima, para quem o 
(A) Amor consiste na harmonia entre duas pessoas, sendo cada uma delas amante e amada ao mesmo tempo. 
(B) Amor encontra-se acima de Zeus na ordem genealógica dos deuses. 
(C) Amor caracteriza-se por governar o movimento do mundo sensível. 
(D) iniciado nos saberes do Amor é conduzido por ele da contemplação dos corpos belos à contemplação da essência da beleza. 
(E) amante só se encontra junto ao Amor ao contemplar as Formas puras. 

8. Thomas Hobbes define assim a essência do Estado: 
Uma pessoa de cujos atos uma grande multidão, mediante pactos recíprocos uns com os outros, foi instituída por cada como autora, de modo a ela poder usar a força e os recursos de todos, da maneira que considerar conveniente, para assegurar a paz e a defesa comum. 
HOBBES, Thomas. Leviatã. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1974. p.110. 
A partir desse contexto, qual o caráter do poder do qual é dotado o Estado? 
(A) Seu poder é equivalente ao poder de cada um dos seus membros. 
(B) Seu poder é absoluto, apenas se não for feito uso da força. 
(C) Seu poder é absoluto, no sentido de não ser constrangido por nenhuma outra pessoa. 
(D) Seu poder é limitado pelos direitos naturais dos quais os cidadãos são portadores. 
(E) Seu poder é limitado pela vontade geral da qual participam os cidadãos a cada decisão. 

9. Qual é, segundo Immanuel Kant, o caráter positivo de uma crítica da razão pura? 
(A) Trazer à luz os limites do uso puro teórico da razão, evitando que se reduza a nada seu uso puro prático. 
(B) Promover a possibilidade de um conhecimento de caráter científico da moralidade. 
(C) Estabelecer um método puramente racionalista para as ciências e um método puramente empirista para a moral. 
(D) Acusar a impossibilidade de uma moral metafisicamente fundada, como pretendiam os filósofos racionalistas que o antecederam. 
(E) Denunciar a falsa pretensão de universalidade das ciências naturais. 

10. Segundo Marx e Engels, não é a vida que é determinada pela consciência, mas a consciência que é determinada pela vida. 
A partir dessa concepção, conclui-se que 
(A) as formas históricas de produção devem derivar das figuras da vida espiritual de um povo. 
(B) a história da filosofia, ao ser considerada, deve-se partir das determinações formais para descobrir as configurações materiais. 
(C) as ideologias pertinentes à vida em um momento da história são consequências da reflexão sobre o alcance da consciência no momento imediatamente anterior. 
(D) a investigação das formas históricas de produção deve servir de ponto de partida para a elaboração de uma história da filosofia. 
(E) o que distingue a vida da consciência é que a primeira é histórica, e a segunda, não. 

11. Os Parâmetros Curriculares de Filosofia para o Ensino Médio, afirma que a especificidade da atividade filosófica consiste, em primeiro lugar, em sua natureza reflexiva. 
Essa natureza reflexiva da filosofia consiste na(o) 
(A) pura abstração sem qualquer vínculo com o real concreto. 
(B) tentativa de justificar as relações de poder tal como elas nos são apresentadas. 
(C) necessidade de elaborar sistemas que correspondam às demais áreas do saber. 
(D) vocação para ordenar e orientar o progresso das ciências. 
(E) caráter investigativo dos modos em que os próprios objetos se dão a pensar. 

12. Segundo Hegel, nós não devemos nos espantar se existem tantas e tão diferentes histórias da filosofia, nas quais a sucessão dos vários sistemas é descrita simplesmente como uma sequência de opiniões e erros. 
A partir desse contexto e da concepção hegeliana de filosofia, conclui-se que 
(A) o fato de as diversas filosofias anteriores a Hegel consistirem, para ele, em meras opiniões, erros e jogos de pensamento leva-o a considerar irrelevante a elaboração de uma história da filosofia. 
(B) o que falta às citadas histórias da filosofia é a apreensão do sentido a partir do qual se encadeiam os diversos momentos do desenvolvimento da filosofia. 
(C) o indivíduo que pretende elaborar uma história da filosofia deve deixar ao leitor a possibilidade de optar por uma filosofia específica, não apresentando nenhuma das filosofias como mera opinião, erro ou jogo de pensamento. 
(D) a tentativa de elaborar uma história da filosofia é, por princípio, um equívoco, pois história e filosofia consistem em ciências fundamentalmente distintas quanto aos seus métodos. 
(E) uma história da filosofia propriamente dita deve partir das relações concretas de produção em direção ao absoluto abstrato, que se realiza no plano da transcendência. 

13. Um dos aspectos pelos quais se costuma tentar explicitar a distinção entre os modos antigo e moderno da investigação filosófica diz respeito à questão da verdade e da falsidade. Nesse sentido, percebe-se que a filosofia grega antiga confrontou-se com a necessidade de fundamentar o estatuto do discurso falso, enquanto os filósofos modernos privilegiaram o problema de como assegurar a veracidade de um discurso. 
Na modernidade dos séculos XVII e XVIII, as disputas filosóficas acerca do método das ciências tinham em vista 
(A) garantir o caminho seguro para o desenvolvimento das ciências, de modo a afastar dele qualquer possibilidade de erro. 
(B) discernir a filosofia das ciências, mostrando que apenas a filosofia é dotada de um método seguro para suas novas descobertas metafísicas. 
(C) desconstruir a noção de razão como sujeito do conhecimento na qual se fundavam a ciência e a filosofia antigas. 
(D) fundamentar o estatuto da falsidade de modo a poder defender que o saber antigo e medieval constituísse um discurso falso. 
(E) provar filosoficamente a existência de Deus e, assim, rejeitar o mecanicismo da Patrística medieval. 

14. Na "Ética a Nicômaco", Aristóteles investiga o que é, para o homem, a felicidade. 
Segundo as investigações aristotélicas, considere as afirmativas abaixo. 
I - A felicidade consiste em uma atividade. 
II - A contemplação é a atividade mais prazerosa. 
III - A vida feliz é a que tem por fi nalidade o prazer por si mesmo. 
Está correto o que se afirma em 
(A) II, apenas. 
(B) III, apenas. 
(C) I e II, apenas. 
(D) I e III, apenas. 
(E) I, II e III. 

15. Sou uma estrutura psicológica e histórica. Recebi uma maneira de existir, um estilo de existência. Todas as minhas ações e meus pensamentos estão em relação com essa estrutura. No entanto, sou livre, não apesar disto ou aquém dessas motivações, mas por meio delas, são elas que me fazem comunicar com minha vida, com o mundo e com minha liberdade. 
MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes. 1999. p. 611. 
A concepção de liberdade acima apresentada contrapõe-se àquela, segundo a qual 
(A) a estrutura psicológica e histórica do sujeito não exclui o fato de sua liberdade. 
(B) a liberdade consiste na necessidade de o homem ter de produzir sua própria existência. 
(C) a ação livre é essencialmente criadora. 
(D) não há uma natureza humana previamente dada. 
(E) ser livre consiste em agir sem qualquer impedimento. 

16. Na chamada querela dos universais, entre os séculos XI e XIV, qual a tese defendida pela corrente nominalista? 
(A) Somente existem seres individuais, sendo os universais não mais que nomes ou conceitos. 
(B) Somente existem seres universais, sendo os individuais uma materialização temporal daqueles. 
(C) Seres individuais e seres universais possuem o mesmo estatuto ontológico, mas o conhecimento é sempre dos seres universais. 
(D) Só há um ser individual, que é Deus, sendo que todos os demais seres são universais produzidos pelo intelecto divino. 
(E) Só há seres universais, mas só é possível falar do universal através de seres individuais que consistem em abstrações da mente. 

17. Segundo Agostinho, nem todos que interrogam as criaturas obtêm resposta, apenas os que as julgam. 
Nessa perspectiva, está de acordo com a concepção agostiniana da relação entre fé e conhecimento a seguinte afirmação: 
(A) Crer e conhecer são atividades que correspondem a dois domínios distintos da realidade, a moral e a filosofia, respectivamente; de maneira que apenas a fé, e de modo algum o conhecimento, viabiliza uma vida beata. 
(B) A atividade filosófica inviabiliza, por princípio, a fé em Deus e, consequentemente, a vida beata, uma vez que a vida beata é a finalidade do homem, e a filosofia é um exercício puramente negativo. 
(C) À medida que a teologia se distingue radicalmente da filosofia, a filosofia consiste na investigação do ser enquanto ser, e não enquanto criatura de Deus, mesmo que a crença em Deus seja o princípio da teologia. 
(D) Crer e conhecer são atividades inseparáveis, de maneira que quanto mais conheço a criatura mais creio no Criador, sendo impossível conhecer sem a iluminação proveniente da fé em Deus. 
(E) Sendo o conhecimento um privilégio de Deus, os mortais são capazes apenas de interpretar a criatura divina desde as verdades reveladas, de modo que a teologia é a negação da filosofia. 

18. Qual o cárater da obra de arte segundo a ideologia da indústria cultural? 
(A) Mercadoria 
(B) Capital 
(C) Objeto sensível 
(D) Instrumento de conhecimento 
(E) Objeto de contemplação 

19. De acordo com o documento PCN + Ensino Médio, o professor de Filosofia no Nível Médio, ao escolher e articular o conteúdo programático da sua disciplina, deve 
(A) escolher o conteúdo programático baseado em temas filosóficos, deixando as considerações sobre o caráter histórico a cargo da disciplina de história. 
(B) transmitir aos alunos as doutrinas dos filósofos clássicos escolhidos, selecionando o conteúdo programático centrado apenas na história da filosofia e não em eixos temáticos. 
(C) abandonar o uso da história da filosofia como referencial na escolha do conteúdo programático, uma vez que esse esquema é, em verdade, pouco útil para compreender o mundo contemporâneo. 
(D) seguir o conteúdo programático anexo ao PCN+, padronizando a formação filosófica. 
(E) ter a história da filosofia como referencial permanente, mesmo que selecione o conteúdo programático centrado em temas filosóficos. 

20. Qual é a função da prova acerca da existência de Deus na terceira meditação de Descartes? 
(A) Fundamentar a fé cristã na razão. 
(B) Fundamentar a moral humana na perfeição divina. 
(C) Garantir a possibilidade da dúvida hiperbólica. 
(D) Garantir a correspondência entre as ideias claras e distintas e a coisa extensa. 
(E) Garantir a possibilidade extrema da dúvida. 

21. A palavra cunhada para este fim ["bom"] significa, segundo sua raiz, alguém que é, que tem realidade, que é real, verdadeiro; depois, numa mudança subjetiva, significa o verdadeiro enquanto veraz. 
NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia da Moral. 1ª dissertação. "Bom e mau" "bom e ruim", parágrafo 5. Adaptado. 
Nietzsche, em sua Genealogia, faz uma distinção entre dois modos de valoração moral que correspondem, respectivamente, a dois tipos de oposição encontrados na linguagem comum. 
A oposição que se faz entre "Bom e Ruim" corresponde a qual noção da genealogia de Nietzsche? 
(A) "Moral escrava" 
(B) "Moral nobre" 
(C) "Má consciência" 
(D) "Ideal ascético" 
(E) "Valoração reativa" 

22. Da mesma forma que a rede das relações de poder acaba formando um tecido espesso que atravessa os aparelhos e as instituições, sem se localizar exatamente neles, também a pulverização dos pontos de resistência atravessa as estratificações sociais e as unidades individuais. E é certamente a codificação estratégica desses pontos de resistência que torna possível uma revolução, um pouco à maneira do Estado que repousa sobre a integração institucional das relações de poder. É nesse campo das correlações de força que se deve tentar analisar os mecanismos de poder. 
FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade. Rio de Janeiro: Graal, v.1, 1988, p.107. 
Foucault analisa o poder, considerando-o como uma rede de relações e correlações de força, de tal modo que, ao considerar o Estado e a Lei, irá deixar de lado noções importantes ao pensamento político moderno, como 
(A) Soberania e Contrato 
(B) Soberania e Modernidade 
(C) Liberdade e Moralidade 
(D) Biopoder e Moralidade 
(E) Liberdade e Destinação 

23. Como é denominada a corrente de pensamento que marcou o início da Filosofia Cristã? 
(A) Parrésia 
(B) Escolástica 
(C) Idade das Trevas 
(D) Ecumenismo 
(E) Patrística 

24. Para Kant, uma "Boa vontade" consiste em uma vontade 
(A) que tem por fim a felicidade. 
(B) que se orienta pela perfeição divina. 
(C) que se apresenta sob a forma da heteronomia. 
(D) de poder. 
(E) cujo querer é bom em si mesmo. 

25. Atenienses, [...] enquanto tiver alento e puder fazê-lo, jamais deixarei de filosofar, de vos dirigir exortações, de ministrar ensinamentos de toda espécie àqueles de vós que eu deparar. 
PLATÃO. Defesa de Sócrates. São Paulo: Nova Cultural, 1987. Col. Os Pensadores, v. Sócrates. 29 d. 
Vida sem exame, não é vida digna de ser humano. PLATÃO. Defesa de Sócrates. São Paulo: Nova Cultural, 1987. Col. Os Pensadores, v. Sócrates. 38 a. 
De acordo com Sócrates, retratado na literatura platônica, em especial nos chamados "diálogos socráticos", podemos diferenciar objetivamente o seu ensino de uma postura doutrinária. Por quê? 
(A) Porque não contava com o apoio de material didático e de uma estrutura institucional de ensino. 
(B) Porque ele citava muitos poetas de cor e sabia profundamente muitas coisas da cultura grega em geral. 
(C) Porque seu ensino não consistia na difusão de um saber, mas antes na própria problematização do saber. 
(D) Porque filosofia para ele era fundamentalmente uma questão de se filiar a uma escola ou doutrina, antes de ser uma escolha de vida. 
(E) Porque para ele filosofia é uma atividade fundamentalmente da memória e da erudição. 

26. Anselmo de Canterbury é considerado o primeiro grande pensador da Escolástica Medieval. Ele elaborou sua filosofia a partir da preocupação de articular razão e fé, entendimento e revelação.
Seu célebre argumento acerca da prova de existência da Deus é denominado "argumento ontológico" porque demonstra que do(a) 
(A) conceito de Homem, podemos derivar a existência de Deus. 
(B) conceito de Deus como Ser perfeito, podemos derivar a sua existência. 
(C) conceito de Deus como Ser perfeito, não podemos derivar a sua existência. 
(D) existência de Deus, podemos derivar a noção de Razão Pura. 
(E) existência dos homens, podemos derivar a existência divina. 

27. Qual é o domínio da filosofia que investiga prioritariamente o ser tal como ele é nele mesmo? 
(A) Gnosiologia 
(B) Ontologia 
(C) Criticismo 
(D) Lógica 
(E) Ética 

28. Em que contexto está situado "o Homem", tendo como ponto de partida a noção heideggeriana de "Ser-no-Mundo"? 
(A) No do sujeito da consciência, expresso no enunciado do "penso, logo existo". 
(B) No da noção de "pessoa", presente nas compreensões da psicologia. 
(C) No da noção de "mundo" como "cosmos", que antecede a estrutura subjetiva. 
(D) No de uma modalidade de ser, que antecede a relação sujeito e objeto. 
(E) No da noção de intencionalidade, que é abordada na fenomenologia da consciência. 

29. Para Nietzsche, o homem estabeleceu a verdade em determinado momento histórico. 
PORQUE 
Para Nietzsche, todo homem, por natureza, deseja conhecer a verdade. 
Analisando as afirmações acima, conclui-se que 
(A) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. 
(B) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. 
(C) a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa. 
(D) a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira. 
(E) as duas afirmações são falsas. 

30. Qual, dentre os abaixo relacionados, é um motivo relevante para o surgimento da Filosofia na Grécia antiga? 
(A) A presença na mitologia grega de caracteres universalizantes e com pretensão de explicação da realidade, a partir de princípios abstratos. 
(B) A presença na cultura grega de uma valorização dos loucos, das mulheres e das crianças, de modo que o indivíduo masculino tinha um papel secundário. 
(C) O fato de os gregos terem em seu território uma das sete maravilhas do mundo antigo: o colosso de Rodes. 
(D) Os gregos foram os primeiros a desenvolver as tecnologias de produção agrícola e militar, e assim conseguindo dominar outros povos, como os persas e os egípcios, no sentido bélico. 
(E) Os gregos foram o primeiro povo a fazer a revolução neolítica e por isso foram os que mais desenvolveram sua cultura no sentido de uma maior abstração. 

31. Essa atitude reflexiva, que é o idealismo, consiste, pois, em deter a marcha espontânea do pensamento, que anseia por lançar-se sobre as coisas, captá-las, defini-las e voltar o pensamento sobre si mesmo. 
MORENTE, Manuel García. Fundamentos Filosófi cos, lições preliminares. In: Fenomenologia do Conhecimento. São Paulo, Mestre Jou, 1980. Cap.XI, p. 143. 
O problema do conhecimento se torna prioritário frente a todos os outros problemas filosóficos quando a Filosofia se desenvolve como Idealismo, tendo como a principal estrutura a correlação entre 
(A) Alma e Deus 
(B) Bem e Mal 
(C) Verdade e Falsidade 
(D) Moral e Estética 
(E) Sujeito e Objeto 

32. Embora a Filosofia já existisse na Grécia, desde o século VI a.C., foi em Atenas, na virada do século V para o IV a.C., que a filosofia com Sócrates iniciou toda uma nova abordagem, trazendo para o seu campo de discussão o tema da 
(A) teologia 
(B) lógica 
(C) fenomenologia 
(D) física e da ontologia 
(E) ética e da política 

33. Tales se torna o primeiro filósofo grego. [...] Também Ferécides de Siros, que está próximo de Tales no tempo e em muitas das concepções físicas, oscila, ao exprimi-las, naquela região intermediária em que o mito se casa com a alegoria: de tal modo que, por exemplo, se aventura a comparar a Terra com um carvalho alado, suspenso no ar com as asas abertas, e que Zeus, depois de sobrepujar Kronos, reveste de um faustoso manto de honra, onde bordou, com sua própria mão, as terras, águas e rios. Contraposto a esse filosofar obscuramente alegórico, que mal se deixa se traduzir em imagens visuais, Tales é um mestre criador, que, sem fabulação fantástica, começou a ver a natureza em sua profundeza. 
NIETZSCHE, F. Os Filósofos Tráfi cos, III. In: Os Pré-Socráticos. Fragmentos, Doxagrafi a, Comentário. São Paulo: Abril Cultural, 1978. p. 10-11. Col. Os Pensadores. 
Na origem da filosofia, o que distingue o discurso filosófico do discurso mítico? 
(A) O uso de imagens plásticas 
(B) A referência à fé em seu contexto institucional 
(C) A pressuposição de uma unidade sistemática na natureza 
(D) A narrativa e o apelo ao maravilhoso 
(E) A utilização de sistemas de medição e de um método 

34. O que está sendo representado pelo "Sol" na Alegoria da Caverna de Platão? 
(A) A realidade sempre em fluxo 
(B) A razão humana 
(C) A existência do mundo sublunar 
(D) A luz natural 
(E) A Ideia de Bem 

35. De acordo com Kant, não se ensina filosofia, ensina-se a filosofar. 
A frase evidencia o pensamento de Kant que considera que a(o) 
(A) prática da filosofia e o seu ensino prescindem de qualquer conhecimento de ordem intelectual. 
(B) ensino filosófico não se esgota na prática do pensamento, mas antes exige muito exercício físico e emocional. 
(C) ensino filosófico se desenvolve tanto no aprendizado do aluno a partir do professor, como, ao contrário, no do professor a partir do aluno. 
(D) ensino filosófico consiste, sobretudo na transmissão de conhecimentos filosóficos determinados. 
(E) ensino filosófico não deve concentrar-se em conteúdos, mas antes na prática do próprio pensamento. 

36. Aprender a pensar: não há mais noção disso em nossas escolas. Mesmo nas universidades, mesmo entre os autênticos doutores da filosofia começa a desaparecer a lógica como teoria, como prática, como ofício. 
Leiam-se os livros alemães: já não se tem a mais remota lembrança de que para pensar é necessária uma técnica, um plano de estudo, uma vontade de mestria - de que o pensar deve ser aprendido, tal como a dança deve ser aprendida, como uma espécie de dança. 
Nietzsche, F. Crepúsculo dos Ídolos. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. Cap. VIII. 
Sem dúvida, o ensino de Lógica é condição para que o aluno desenvolva seus próprios argumentos. 
Em que sentido afirma-se que seu ensino deva ser como o da dança? 
(A) Pelo fato de estar centrado nos ritmos e melodias da voz, que precisam ser exercitados para a realização de bons discursos. 
(B) Por se basear no empenho de se desenvolver o pensamento pelo puro improviso, para atingir um puro fluxo de consciência. 
(C) Pelo fato de estar centrado na forma do pensamento, podendo ser desenvolvido pela repetição e exercício de certos "passos". 
(D) Por se fundar na realidade nela mesma, o que se busca e se atinge por meio de uma comunhão espiritual. 
(E) Por estar centrado no pensamento, o que pode ser desenvolvido pelo exercício da memória e da erudição. 

37. No contexto da filosofia contemporânea, a filosofia analítica ou o positivismo lógico rompe com a tradição da modernidade e com a tradição da lógica de maneira geral, uma vez que passa a considerar o 
(A) sujeito como um efeito da significação estruturada pela rede simbólica. 
(B) pensamento como centrado no sujeito transcendental, de onde se derivam os juízos. 
(C) juízo como uma estrutura da própria realidade, e não mais algo advindo do sujeito. 
(D) juízo como um ato de pensamento, e não mais como estruturado pela enunciação. 
(E) juízo não como um ato mental, mas como conteúdo de uma proposição dotada de forma lógica. 

38. A ciência é uma especialização, um refinamento de potenciais comuns a todos. Quem usa um telescópio ou um microscópio vê coisas que não poderiam ser vistas a olho nu. Mas eles nada mais são que extensões do olho. Não são órgãos novos. São melhoramentos na capacidade de ver, comum a quase todas as pessoas. Um instrumento que fosse a melhoria de um sentido que não temos seria totalmente inútil, da mesma forma como telescópios e microscópios são inúteis para cegos, e pianos e violinos são inúteis para surdos. A ciência não é um órgão novo de conhecimento. A ciência é a hipertrofia de capacidades que todos têm. 
ALVES, Rubem. Filosofi a da Ciência - Introdução ao jogo e suas regras. São Paulo: Brasiliense, 1981. 
Considerando-se o trecho acima, conclui-se que a Ciência está em 
(A) continuidade com as Belas Artes. 
(B) continuidade com a Filosofia. 
(C) continuidade com o Senso Comum. 
(D) ruptura com o Mito. 
(E) ruptura com Senso Comum. 

39. A Revolução Francesa teve como uma de suas influências o pensamento de Rousseau, que defendia 
(A) a compreensão pessimista da natureza humana, através da máxima "o homem é lobo do homem". 
(B) a ideia de que as relações de produção da vida material são determinantes para a constituição do tecido social. 
(C) a ideia de que a política deve ser a realização dos desígnios divinos. 
(D) a noção de sociedade de controle, que compreende o poder em seu caráter normalizador. 
(E) um ideal de sociedade onde os homens sejam livres e iguais, formulado a partir de noções como interesse coletivo e bem comum. 
QUESTÃO 40
A respeito da metodologia e da contribuição das aulas de Filosofia para o desenvolvimento do senso crítico, é correto afirmar que
A - estudar a História da Filosofia não é fazer filosofia, ou seja, conhecer como os filósofos tentaram resolver os seus problemas ilustra e informa, mas não forma o senso crítico.
B - cartazes, flanerógrafos, projetores e retro-projetores são meios que podem ser usados nas aulas de filosofia, mas não nas atividades extra-classe, pois esses meios convidam à dispersão.
C - o desenvolvimento do senso crítico opera-se nas teorias filosóficas e não, nas teorias metafísicas, pois as teorias filosóficas falam da própria realidade e as metafísicas falam sobre a realidade.
D - a crítica, como algo negativo, deve sempre ser exercida sobre a opinião dos alunos, e não, sobre a opinião dos filósofos consagrados, que são os mestres da doutrina. 

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