sexta-feira, 14 de março de 2014

FILOSOFIA 2º ANO


Pensamento: A Gnosiologia

Segundo Aristóteles, a filosofia é essencialmente teorética: deve decifrar o enigma do universo, em face do qual a atitude inicial do espírito é o assombro do mistério. O seu problema fundamental é o problema do ser, não o problema da vida. O objeto próprio da filosofia, em que está a solução do seu problema, são as essências imutáveis e a razão última das coisas, isto é, o universal e o necessário, as formas e suas relações. Entretanto, as formas são imanentes na experiência, nos indivíduos, de que constituem a essência. A filosofia aristotélica é, portanto, conceptual como a de Platão mas parte da experiência; é dedutiva, mas o ponto de partida da dedução é tirado - mediante o intelecto da experiência. A filosofia, pois, segundo Aristóteles, dividir-se-ia emteoréticaprática e poética, abrangendo, destarte, todo o saber humano, racional. A teorética, por sua vez, divide-se em físicamatemática e filosofia primeira(metafísica e teologia); a filosofia prática divide-se em ética política; a poética emestética e técnica. Aristóteles é o criador da lógica, como ciência especial, sobre a base socrático-platônica; é denominada por ele analítica e representa a metodologia científica. Trata Aristóteles os problemas lógicos e gnosiológicos no conjunto daqueles escritos que tomaram mais tarde o nome de Órganon. Limitar-nos-emos mais especialmente aos problemas gerais da lógica de Aristóteles, porque aí está a suagnosiologia. Foi dito que, em geral, a ciência, a filosofia - conforme Aristóteles, bem como segundo Platão - tem como objeto o universal e o necessário; pois não pode haver ciência em torno do individual e do contingente, conhecidos sensivelmente. Sob o ponto de vista metafísico, o objeto da ciência aristotélica é a forma, como idéia era o objeto da ciência platônica. A ciência platônica e aristotélica são, portanto, ambas objetivas, realistas: tudo que se pode aprender precede a sensação e é independente dela. No sentido estrito, a filosofia aristotélica é dedução do particular pelo universal, explicação do condicionado mediante a condição, porquanto o primeiro elemento depende do segundo. Também aqui se segue a ordem da realidade, onde o fenômeno particular depende da lei universal e o efeito da causa. Objeto essencial da lógica aristotélica é precisamente este processo de derivação ideal, que corresponde a uma derivação real. A lógica aristotélica, portanto, bem como a platônica, é essencialmente dedutiva, demonstrativa, apodíctica. O seu processo característico, clássico, é o silogismo. Os elementos primeiros, os princípios supremos, as verdades evidentes, consoante Platão, são fruto de uma visão imediata, intuição intelectual, em relação com a sua doutrina do contato imediato da alma com as idéias - reminiscência. Segundo Aristóteles, entretanto, de cujo sistema é banida toda forma de inatismo, também os elementos primeiros do conhecimento - conceito e juízos - devem ser, de um modo e de outro, tirados da experiência, da representação sensível, cuja verdade imediata ele defende, porquanto os sentidos por si nunca nos enganam. O erro começa de uma falsa elaboração dos dados dos sentidos: a sensação, como o conceito, é sempre verdadeira. Por certo, metafisicamente, ontologicamente, o universal, o necessário, o inteligível, é anterior ao particular, ao contigente, ao sensível: mas, gnosiologicamente, psicologicamente existe primeiro o particular, o contigente, o sensível, que constituem precisamente o objeto próprio do nosso conhecimento sensível, que é o nosso primeiro conhecimento. Assim sendo, compreende-se que Aristóteles, ao lado e em conseqüência da doutrina de dedução, seja constrangido a elaborar, na lógica, uma doutrina da indução. Por certo, ela não está efetivamente acabada, mas pode-se integrar logicamente segundo o espírito profundo da sua filosofia. Quanto aos elementos primeiros do conhecimento racional, a saber, os conceitos, a coisa parece simples: a indução nada mais é que a abstração do conceito, do inteligível, da representação sensível, isto é, a "desindividualização" do universal do particular, em que o universal é imanente. A formação do conceito é, a posteriori, tirada da experiência. Quanto ao juízo, entretanto, em que unicamente temos ou não temos a verdade, e que é o elemento constitutivo da ciência, a coisa parece mais complicada. Como é que se formam os princípios da demonstração, os juízos imediatamente evidentes, donde temos a ciência? Aristóteles reconhece que é impossível uma indução completa, isto é, uma resenha de todos os casos os fenômenos particulares para poder tirar com certeza absoluta leis universais abrangendo todas as essências. Então só resta possível uma indução incompleta, mas certíssima, no sentido de que os elementos do juízo os conceitos são tirados da experiência, a posteriori, seu nexo, porém, é a priori, analítico, colhido imediatamente pelo intelecto humano mediante a sua evidência, necessidade objetiva.

01) Marque com “X” as características do Empirismo:
a ( ) A formação do conhecimento depende das experiências.
b ( ) As pessoas nascem sabendo o que precisam, não têm necessidade de aprender.
c ( ) Nós nascemos como uma “tábua rasa” e precisamos experimentar o mundo pelos nossos cinco sentidos para aprender.
d ( ) O conhecimento a posteriori não necessita da experiência.
e ( ) O conhecimento a priori é um conhecimento que só é possível a partir das experiências novas.

. 02. De acordo com o filósofo alemão Adorno, pode-se afirmar que 
(A) há notável descontinuidade e heterogeneidade entre tempo de trabalho e tempo livre. 
(B) não é verdade que os meios de massa sejam estilística e culturalmente conservadores. 
(C) os meios de comunicação de massa apresentam indiscutível potencial revolucionário. 
(D) ao adaptar-se aos desejos das massas, a indústria cultural apresenta inegável potencial democrático. 
(E) a indústria cultural é moldada pela racionalidade instrumental. 

Leia os textos para responder às questões de números 03 a 06. 
1. "Era urgente uma filosofia que justificasse a confiança comum na razão. Só era possível opor ao ceticismo desagregador uma razão metafisicamente fundada, capaz de se sustentar na busca da verdade, e um método universal e fecundo." 
(Reali e Antiseri. História da Filosofia. São Paulo: Paulus, 1990) 
2. "A razão (...) não é nem exclusivamente razão objetiva (a verdade está nos objetos) nem exclusivamente subjetiva (a verdade está no sujeito), mas ela é a unidade necessária do objetivo e do subjetivo. Ela é o conhecimento da harmonia entre as coisas e as ideias, entre o mundo exterior e a consciência, entre o objeto e o sujeito, entre a verdade objetiva e a verdade subjetiva." 
(Marilena Chauí. Convite à Filosofia. São Paulo, Ática, 1994) 
3. "As ideias, em suma, não são simples pensamentos, mas aquilo que o pensamento pensa quando liberto do sensível; constituem o "verdadeiro ser", o "ser por excelência"." 
(Reali e Antiseri. História da Filosofia. São Paulo: Paulus, 1990) 
4. "Pensamentos sem conteúdo são vazios, intuições sem conceitos são cegas." 

03. As 4 afirmações, comparadas entre si, podem ser, respectivamente, atribuídas, com maior propriedade, aos seguintes pensadores: 
(A) Descartes, Kant, Hegel, Platão. 
(B) Descartes, Hegel, Platão, Kant. 
(C) Platão, Kant, Hegel, Descartes. 
(D) Platão, Hegel, Kant, Descartes. 
(E) Kant, Hegel, Platão, Descartes. 

04. É correto afirmar que 
(A) no texto 1, o "método universal e fecundo" apresenta-se em oposição à "razão metafisicamente fundada". 
(B) no texto 2, tem-se a formulação de uma razão dialética. 
(C) no texto 3, prevalece a formulação de um mundo sensível em detrimento de um mundo inteligível. 
(D) às formulações do texto 3 corresponde a concepção básica da filosofia empirista. 
(E) às formulações do texto 4 corresponde a concepção da mente humana como "tábula rasa" ou "folha em branco". 

05. Pode-se dizer que 
(A) o texto 1 expressa uma concepção filosófica que corrobora o ceticismo. 
(B) no texto 2, a "harmonia entre "coisas e ideias" pressupõe a existência de uma coisa-em-si incognoscível". 
(C) no texto 3, as ideias pertencem ao mundo sensível. 
(D) no texto 4, "pensamentos sem conteúdo são vazios", significa que é possível a existência de uma intuição intelectual. 
(E) no texto 1, o "método universal e fecundo" adaptou-se, em grande medida, à linguagem matemática. 

06. O filósofo, autor do texto que originalmente descreve a alegoria da caverna, é 
(A) Kant. 
(B) Descartes. 
(C) Platão. 
(D) Hegel. 
(E) Locke. 

07. "No meio-tempo, uma última palavra aos que temem a ditadura da razão: é tempo de arquivar de uma vez por todas a máxima obscurantista de que ?cinzenta é toda teoria, e verde apenas a árvore esplêndida da vida?. Ela só pode ser sustentada, paradoxalmente, pelas naturezas não-passionais, insensíveis ao erotismo do pensar. Quem, lendo um poema de Drummond, um livro de Tolstoi ou um tratado de Hegel, acha que está se afastando da vida, não começou ainda a viver. Sem pensamento, a vida não é verde: é cinzenta. A vida do pensamento é uma parte integrante da verdadeira vida. Não é a razão que é castradora, e sim o poder repressivo, que deriva sua solidez da incapacidade de pensar que ele induz em suas vítimas. O fascismo se implantou através da difusão de uma ideologia vitalista reacionária, que proclamava o primado dos instintos vitais sobre a razão, e com isso inutilizou a razão, o único instrumento que permitiria desmascará-lo como a negação absoluta da vida." 
(Sérgio Paulo Rouanet. Razão e Paixão. In: Os Sentidos da paixão.São Paulo, Cia. Das Letras, 1990). 
Do texto, pode-se depreender que 
(A) é analisada a existência de uma dialética da razão, que tanto pode ser "sábia", subordinada à emancipação, quanto pode ser "não-sábia", estando a serviço do poder. 
(B) a verdadeira vida é identificada com a libertação dos desejos frente a todas as tendências repressivas que limitam seu ímpeto natural. 
(C) o erotismo do pensamento, ao qual se refere o autor, está diretamente associado à ideologia vitalista reacionária do fascismo. 
(D) toda forma de pensamento é válida como instrumento de libertação do ser humano. 
(E) os três autores citados no texto caracterizaram-se pela insensibilidade ao erotismo do pensar. 

Leia o texto para às questões de números 88 e 09. 
"Ideias metafísicas do Livro do Desassossego [?] 
A única realidade para mim são as minhas sensações. Eu sou uma sensação minha. Portanto nem da minha própria existência estou certo. Posso está-lo apenas daquelas sensações a que eu chamo minhas. A verdade? É uma coisa exterior? Não posso ter a certeza dela, porque não é uma sensação minha, e eu só destas tenho a certeza". 
(Fernando Pessoa. Livro do Desassossego) 

08. De acordo com as concepções expressadas no texto, Bernardo Soares, heterônimo de Fernando Pessoa, pode ser definido, com maior propriedade, como um pensador 
(A) empirista. 
(B) metafísico. 
(C) idealista. 
(D) estóico. 
(E) platônico. 

09. Assinale a alternativa que apresenta filósofos que correspondem, com maior propriedade, às concepções expressadas no texto. 
(A) Berkeley e Hume. 
(B) Sócrates e Platão. 
(C) Kant e Hegel. 
(D) Descartes e Kant. 
(E) Hume e Hegel.15 SEED0902/09-PEBII-Filosofia-20-tarde 

Considere o texto para responder às questões de números 10 a 14. 
"Por que os nossos sentidos nos enganam às vezes, quis supor que não havia coisa alguma que fosse tal como eles nos fazem imaginar. E, porque há homens que se equivocam ao raciocinar, mesmo no tocante às mais simples matérias de geometria, e cometem aí paralogismos, rejeitei como falsas, julgando que estava sujeito a falhar como qualquer outro, todas as razões que eu tomara até então por demonstrações. E enfim, considerando todos os mesmos pensamentos que temos quando despertos nos podem também ocorrer quando dormimos, sem que haja nenhum, nesse caso, que seja verdadeiro, resolvi fazer de conta que todas as coisas que até então haviam entrado no meu espírito não eram mais verdadeiras que as ilusões de meus sonhos. Mas, logo em seguida, adverti que, enquanto eu queria pensar que tudo era falso, cumpria necessariamente que eu, que pensava, fosse alguma coisa. E, notando que esta verdade: eu penso, logo existo, era tão firme e tão certa que todas as mais extravagantes suposições dos céticos não seriam capaz de a abalar, julguei que podia aceitá-la, sem escrúpulo, como o primeiro princípio de Filosofia que procurava." 
(Discurso do Método, abril, 1979) 

10. O texto caracteriza o pensamento do seguinte filósofo: 
(A) Aristóteles. 
(B) Descartes. 
(C) Epicuro. 
(D) Platão. 
(E) Rousseau. 

11. A afirmação "Penso, logo existo" inaugura uma nova abordagem filosófica do 
(A) ceticismo renascentista. 
(B) hedonismo contemporâneo. 
(C) estoicismo moderno. 
(D) subjetivismo moderno. 
(E) objetividade cultural. 

12. Assinale a alternativa correta. 
(A) Se sonho que estou acordado, meus pensamentos são mais verdadeiros. 
(B) Se durmo quando estou acordado, meus pensamentos são menos verdadeiros. 
(C) Se acordo depois de sonhar, meus pensamentos são mais verdadeiros. 
(D) Se estou acordado ou dormindo, faço de conta que meus pensamentos são falsos. 
(E) Se estou acordado ou dormindo, faço de conta que meus pensamentos são verdadeiros. 

13. Assinale a alternativa correta. 
(A) O primeiro princípio da filosofia é a falsidade de meu pensamento. 
(B) O primeiro princípio da filosofia é o ceticismo metódico. 
(C) O primeiro princípio da filosofia é fazer de conta que meus pensamentos são falsos. 
(D) O primeiro princípio da filosofia é que eu sou alguma coisa diferente das outras coisas. 
(E) O primeiro princípio da filosofia é a veracidade de minha existência. 

14. "Penso, logo existo" significa que 
(A) minha alma pensa. 
(B) meu corpo pensa. 
(C) minha alma sente. 
(D) meu corpo sente. 
(E) meu corpo existe. 

Considere o texto para responder às questões de números 56 a 60. 
"Olho esta folha branca sobre minha mesa; percebo sua forma, sua cor, sua posição. Essas diferentes qualidades têm características comuns: em primeiro lugar, elas se dão a meu olhar como existências que apenas posso constatar e cujo ser não depende de forma alguma do meu capricho. Elas são para mim, não são eu. Mas também não são outrem, isto é, não dependem de nenhuma espontaneidade, nem da minha, nem da de outra consciência. São, ao mesmo tempo, presentes e inertes. Essa inércia do conteúdo sensível, frequentemente descrita, é a existência em si. De nada serve discutir se esta folha se reduz a um conjunto de representações ou se é ou deve ser mais do que isso. O certo é que o branco que constato não pode ser produzido por minha espontaneidade. Esta forma inerte, que está aquém de todas as espontaneidades conscientes, que devemos observar, conhecer pouco a pouco, é o que chamamos uma coisa. Em hipótese alguma minha consciência seria capaz de ser uma coisa, porque seu modo de ser em si é precisamente um ser para si. Existir, para ela, é ter consciência de sua existência." 
(A imaginação, Abril, 1984) 

56. Este texto de Sartre é 
(A) estruturalista. 
(B) marxista. 
(C) pós-moderno. 
(D) fenomenológico. 
(E) iluminista. 

57. A existência em si é 
(A) uma espontaneidade inconsciente do outro. 
(B) uma inércia sem conteúdo que se apresenta por si. 
(C) uma coisa aquém da consciência. 
(D) um conjunto de representações além da consciência. 
(E) uma coisa para si e outra para mim. 

58. Minha consciência é 
(A) um ser em si reificado (coisificado). 
(B) um ser para si nadificado. 
(C) um ser para outro representado. 
(D) um ser espontâneo caprichado. 
(E) um ser para isso modificado. 

59. Num primeiro momento, olhar para a folha branca é 
(A) uma constatação. 
(B) um conhecimento. 
(C) uma produção. 
(D) um capricho. 
(E) uma representação. 

60. Uma coisa é 
(A) um ser para si. 
(B) um ser para mim. 
(C) um ser de outrem. 
(D) um ser sensível. 
(E) um ser mais do que isso. 

74. Para Marx, a consciência do sofrimento dos trabalhadores faria com que eles se associassem para derrubar o capitalismo, resultando assim no comunismo. É característica do comunismo a ideia de 
(A) propriedade e trabalho. 
(B) fim da propriedade privada. 
(C) Estado liberal. 
(D) liberdade e desobediência. 
(E) todo o poder ao Estado e à nação. 





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