As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para valorizar o texto, tornando a linguagem mais
expressiva. É um recurso linguístico para expressar experiências comuns de
formas diferentes, conferindo originalidade, emotividade ou poeticidade ao
discurso.
As figuras revelam muito da sensibilidade de quem as produz, traduzindo
particularidades estilísticas do autor. A palavra empregada em sentido
figurado, não-denotativo, passa a pertencer a outro campo de significação, mais
amplo e criativo.
As figuras de linguagem classificam-se em:
1) figuras de palavra;
2) figuras de harmonia;
3) figuras de pensamento;
4) figuras de construção ou sintaxe.
2) figuras de harmonia;
3) figuras de pensamento;
4) figuras de construção ou sintaxe.
1) FIGURAS DE PALAVRA
As figuras de palavra são figuras de linguagem que consistem no emprego
de um termo com sentido diferente daquele convencionalmente empregado, a fim de
se conseguir um efeito mais expressivo na comunicação.
São figuras de
palavras:
a) comparação e) catacrese
b) metáfora f) sinestesia
c) metonímia g) antonomásia
d) sinédoque h) alegoria
b) metáfora f) sinestesia
c) metonímia g) antonomásia
d) sinédoque h) alegoria
Comparação: Ocorre
comparação quando se estabelece aproximação entre dois elementos que se
identificam, ligados por conectivos comparativos explícitos – feito, assim
como, tal, como, tal qual, tal como, qual, que nem – e alguns verbos – parecer,
assemelhar-se e outros.
Exemplos: “Amou daquela
vez como
se fosse máquina.
Beijou sua mulher como se fosse lógico.
Beijou sua mulher como se fosse lógico.
Metáfora: Ocorre
metáfora quando um termo substitui outro através de uma relação de semelhança
resultante da subjetividade de quem a cria. A metáfora também pode ser
entendida como uma comparação abreviada, em que o conectivo não está expresso,
mas subentendido.
Exemplo: “Supondo o espírito humano uma
vasta concha, o meu fim, Sr.
Soares, é ver se posso extrair pérolas, que é a razão.”
Metonímia: Ocorre
metonímia quando há substituição de uma palavra por outra, havendo entre ambas
algum grau de semelhança, relação, proximidade de sentido ou implicação mútua.
Tal substituição fundamenta-se numa relação objetiva, real, realizando-se de
inúmeros modos:
a causa pelo efeito
e vice-versa:
“E assim o operário ia
Com suor e com cimento 2
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento.”
2 Com trabalho.
“E assim o operário ia
Com suor e com cimento 2
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento.”
2 Com trabalho.
o lugar de origem
ou de produção pelo produto:
Comprei uma garrafa do legítimo porto 3.
3 O vinho da cidade do Porto.
Comprei uma garrafa do legítimo porto 3.
3 O vinho da cidade do Porto.
o autor pela obra:
Ela parecia ler Jorge Amado 4.
4 A obra de Jorge Amado.
Ela parecia ler Jorge Amado 4.
4 A obra de Jorge Amado.
o abstrato pelo
concreto e vice-versa:
Não devemos contar com o seu coração 5.
5 Sentimento, sensibilidade.
Não devemos contar com o seu coração 5.
5 Sentimento, sensibilidade.
Sinédoque: Ocorre
sinédoque quando há substituição de um termo por outro, havendo ampliação ou
redução do sentido usual da palavra numa relação quantitativa. Encontramos
sinédoque nos seguintes casos:
o todo pela parte e
vice-versa:
“A cidade inteira 1 viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos 2 de seu cavalo.”
1 O povo. 2 Parte das patas.
“A cidade inteira 1 viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos 2 de seu cavalo.”
1 O povo. 2 Parte das patas.
o singular pelo
plural e vice-versa:
O paulista 3 é tímido; o carioca 4, atrevido.
3 Todos os paulistas. 4 Todos os cariocas.
O paulista 3 é tímido; o carioca 4, atrevido.
3 Todos os paulistas. 4 Todos os cariocas.
o indivíduo pela
espécie (nome próprio pelo nome comum):
Para os artistas ele foi um mecenas 5.
5 Protetor.
Para os artistas ele foi um mecenas 5.
5 Protetor.
Modernamente, a metonímia engloba a sinédoque.
Catacrese: A catacrese é
um tipo de especial de metáfora, “é uma espécie de metáfora desgastada, em que
já não se sente nenhum vestígio de inovação, de criação individual e pitoresca.
É a metáfora tornada hábito lingüístico, já fora do âmbito estilístico.”
(Othon M. Garcia)
Exemplos: folhas de livro, pele de tomate, dente de alho, montar em burro, céu da boca, cabeça de prego, mão de direção, ventre da terra, asa da xícara, sacar dinheiro no banco.
Sinestesia: A sinestesia
consiste na fusão de sensações diferentes numa mesma expressão. Essas sensações
podem ser físicas (gustação, audição,
visão, olfato e tato) ou psicológicas (subjetivas).
Exemplo: “A minha primeira
recordação é um muro velho, no quintal de uma casa indefinível. Tinha várias
feridas no reboco e veludo de musgo. Milagrosa aquela mancha verde [sensação visual]
e úmida,
macia [sensações táteis], quase irreal.” (Augusto Meyer)
Antonomásia: Ocorre
antonomásia quando designamos uma pessoa por uma qualidade, característica ou
fato que a distingue.
Na linguagem coloquial, antonomásia é o mesmo que apelido, alcunha ou
cognome, cuja origem é um aposto (descritivo, especificativo etc.)
do nome próprio.
Exemplos:
“E ao rabi simples1, que a igualdade prega,
Rasga e enlameia a túnica inconsútil;
1 Cristo
“E ao rabi simples1, que a igualdade prega,
Rasga e enlameia a túnica inconsútil;
1 Cristo
Pelé (= Edson Arantes do Nascimento)
O poeta dos escravos (= Castro Alves)
O Dante Negro (= Cruz e Souza)
O Corso (= Napoleão)
O poeta dos escravos (= Castro Alves)
O Dante Negro (= Cruz e Souza)
O Corso (= Napoleão)
Alegoria: A alegoria é uma
acumulação de metáforas referindo-se ao mesmo objeto; é uma figura poética que
consiste em expressar uma situação global por meio de outra que a evoque e
intensifique o seu significado. Na alegoria, todas as palavras estão
transladadas para um plano que não lhes é comum e oferecem dois sentidos
completos e perfeitos – um referencial e outro metafórico.
Exemplo: “A vida é uma
ópera, é uma grande ópera. O tenor e o barítono lutam pelo soprano, em presença
do baixo e dos comprimários, quando não são o soprano e o contralto que lutam
pelo tenor, em presença do mesmo baixo e dos mesmos comprimários. Há coros
numerosos, muitos bailados, e a orquestra é excelente… (Machado de Assis)
2) FIGURAS DE HARMONIA
Chamam-se figuras de som ou de harmonia os efeitos produzidos na
linguagem quando há repetição de sons ou, ainda, quando se procura “imitar”sons
produzidos por coisas ou seres.
As figuras de linguagem de harmonia ou de som são:
a) aliteração c) assonância
b) paronomásia d) onomatopéia
b) paronomásia d) onomatopéia
Aliteração: Ocorre
aliteração quando há repetição da mesma consoante ou de consoantes similares,
geralmente em posição inicial da palavra.
Exemplo: “Toda gente homenageia Januária na janela.”
Assonância: Ocorre
assonância quando há repetição da mesma vogal ao longo de um verso ou poema.
Exemplo: “Sou Ana, da cama
da cana, fulana, bacana
Sou Ana de Amsterdam.”
da cana, fulana, bacana
Sou Ana de Amsterdam.”
Paronomásia: Ocorre
paronomásia quando há reprodução de sons semelhantes em palavras de significados
diferentes.
Exemplo: “Berro pelo aterro pelo desterro
berro por seu berro pelo seu erro
quero que você ganhe que você me apanhe
sou o seu bezerro gritando mamãe.”
berro por seu berro pelo seu erro
quero que você ganhe que você me apanhe
sou o seu bezerro gritando mamãe.”
Onomatopéia: Ocorre quando
uma palavra ou conjunto de palavras imita um ruído ou som.
Exemplo: “O silêncio
fresco despenca das árvores.
Veio de longe, das planícies altas,
Dos cerrados onde o guaxe passe rápido…
Vvvvvvvv… passou.”
Veio de longe, das planícies altas,
Dos cerrados onde o guaxe passe rápido…
Vvvvvvvv… passou.”
3) FIGURAS DE PENSAMENTO
As figuras de pensamento são recursos de linguagem que se referem ao
significado das palavras, ao seu aspecto semântico.
São figuras de linguagem de pensamento:
a) antítese d) apóstrofe g) paradoxo
b) eufemismo e) gradação h) hipérbole
c) ironia f) prosopopéia i) perífrase
b) eufemismo e) gradação h) hipérbole
c) ironia f) prosopopéia i) perífrase
Antítese: Ocorre antítese
quando há aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos.
Exemplo: “Amigos ou inimigos estão, amiúde, em posições
trocadas. Uns nos querem mal, e fazem-nos bem. Outros nos almejam o bem, e nos trazem o mal.” (Rui Barbosa)
Apóstrofe: Ocorre apóstrofe
quando há invocação de uma pessoa ou algo, real ou imaginário, que pode estar
presente ou ausente. Corresponde ao vocativo na análise sintática e é utilizada
para dar ênfase à expressão.
Exemplo: “Deus! ó Deus! onde estás, que não respondes?”
(Castro Alves)
Paradoxo: Ocorre paradoxo não
apenas na aproximação de palavras de sentido oposto, mas também na de idéias
que se contradizem referindo-se ao mesmo termo. É uma verdade enunciada com
aparência de mentira. Oxímoro (ou oximoron) é outra designação para paradoxo.
Exemplo: “Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;” (Camões)
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;” (Camões)
Eufemismo: Ocorre eufemismo
quando uma palavra ou expressão é empregada para atenuar uma verdade tida como
penosa, desagradável ou chocante.
Exemplo: “E pela paz derradeira1 que enfim vai
nos redimir Deus lhe pague” (Chico Buarque)
1 paz derradeira: morte
1 paz derradeira: morte
Gradação: Ocorre
gradação quando há uma seqüência de palavras que intensificam uma mesma idéia.
Exemplo: “Aqui… além… mais longe por onde eu
movo o passo.” (Castro Alves)
Hipérbole: Ocorre hipérbole
quando há exagero de uma idéia, a fim de proporcionar uma imagem emocionante e
de impacto.
Exemplo: “Rios te correrão dos olhos, se chorares!”
(Olavo Bilac)
Ironia: Ocorre ironia
quando, pelo contexto, pela entonação, pela contradição de termos, sugere-se o
contrário do que as palavras ou orações parecem exprimir. A intenção é
depreciativa ou sarcástica.
Exemplo: “Moça linda, bem
tratada,
três séculos de família,
burra como uma porta:
um amor.” (Mário de Andrade)
três séculos de família,
burra como uma porta:
um amor.” (Mário de Andrade)
Prosopopéia: Ocorre
prosopopéia (ou animização ou personificação) quando se atribui movimento,
ação, fala, sentimento, enfim, caracteres próprios de seres animados a seres
inanimados ou imaginários.
Também a atribuição de características humanas a seres animados
constitui prosopopéia o que é comum nas fábulas e nos apólogos, como este
exemplo de Mário de Quintana: “O peixinho (…) silencioso e levemente
melancólico…”
Exemplos: “… os rios vão carregando as queixas do
caminho.” (Raul Bopp)
Um frio
inteligente (…) percorria o jardim…” (Clarice Lispector)
Perífrase: Ocorre
perífrase quando se cria um torneio de palavras para expressar algum objeto,
acidente geográfico ou situação que não se quer nomear.
Exemplo: “Cidade maravilhosa
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Coração do meu Brasil.” (André Filho)
Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Coração do meu Brasil.” (André Filho)
4) FIGURAS DE SINTAXE
As figuras de sintaxe ou de construção dizem respeito a desvios em
relação à concordância entre os termos da oração, sua ordem, possíveis
repetições ou omissões.
Elas podem ser construídas por:
a) omissão: assíndeto,
elipse e zeugma;
b) repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
c) inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage;
d) ruptura: anacoluto;
e) concordância ideológica: silepse.
b) repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
c) inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage;
d) ruptura: anacoluto;
e) concordância ideológica: silepse.
Portanto, são figuras de linguagem de construção ou sintaxe:
a) assíndeto e) elipse i) zeugma
b) anáfora f) pleonasmo j) polissíndeto
c) anástrofe g) hiperbato l) sínquise
d) hipálage h) anacoluto m) silepse
b) anáfora f) pleonasmo j) polissíndeto
c) anástrofe g) hiperbato l) sínquise
d) hipálage h) anacoluto m) silepse
Assíndeto: Ocorre assíndeto
quando orações ou palavras deveriam vir ligadas por conjunções coordenativas,
aparecem justapostas ou separadas por vírgulas.
Exigem do leitor atenção maior no exame de cada fato, por exigência das
pausas rítmicas (vírgulas).
Exemplo: “Não nos movemos,
as mãos é que se estenderam pouco a pouco, todas quatro, pegando-se,
apertando-se, fundindo-se.” (Machado de Assis)
Elipse: Ocorre elipse
quando omitimos um termo ou oração que facilmente podemos identificar ou
subentender no contexto. Pode ocorrer na supressão de pronomes, conjunções, preposições ou verbos. É
um poderoso recurso de concisão e dinamismo.
Exemplo: “Veio sem
pinturas, em vestido leve, sandálias coloridas.”
1 Elipse do pronome ela (Ela veio) e da preposição de (de sandálias…)
1 Elipse do pronome ela (Ela veio) e da preposição de (de sandálias…)
Zeugma: Ocorre zeugma
quando um termo já expresso na frase é suprimido, ficando subentendida sua
repetição.
Exemplo: “Foi saqueada a
vida, e assassinados os partidários dos Felipes.” 1
1 Zeugma do verbo: “e foram assassinados…”
1 Zeugma do verbo: “e foram assassinados…”
Anáfora: Ocorre anáfora
quando há repetição intencional de palavras no início de um período, frase ou
verso.
Exemplo: “Depois o areal extenso…
Depois o oceano de pó…
Depois no horizonte imenso
Desertos… desertos só…” (Castro Alves)
Depois o oceano de pó…
Depois no horizonte imenso
Desertos… desertos só…” (Castro Alves)
Pleonasmo: Ocorre pleonasmo
quando há repetição da mesma ideia, isto é, redundância de significado.
a) Pleonasmo
literário: É o uso de palavras redundantes para reforçar uma ideia, tanto do
ponto de vista semântico quanto do ponto de vista sintático. Usado como um recurso
estilístico, enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem.
Exemplo: “Iam vinte anos
desde aquele dia
Quando com os olhos eu quis ver de perto
Quando em visão com os da saudade via.” (Alberto de Oliveira)
Quando com os olhos eu quis ver de perto
Quando em visão com os da saudade via.” (Alberto de Oliveira)
“Ó mar
salgado, quando do teu sal
São lágrimas de Portugal” (Fernando Pessoa)
São lágrimas de Portugal” (Fernando Pessoa)
b) Pleonasmo vicioso: É o desdobramento
de ideias que já estavam implícitas em palavras anteriormente expressas.
Pleonasmos viciosos devem ser evitados, pois não têm valor de reforço de uma
idéia, sendo apenas fruto do descobrimento do sentido real das palavras.
Exemplos: subir para cima,
entrar para dentro, repetir de novo, ouvir com os ouvidos, hemorragia de sangue,
monopólio exclusivo, breve alocução, principal protagonista
Polissíndeto: Ocorre polissíndeto
quando há repetição enfática de uma conjunção coordenativa mais vezes do que
exige a norma gramatical ( geralmente a conjunção e). É um recurso que sugere
movimentos ininterruptos ou vertiginosos.
Exemplo: “Vão chegando as
burguesinhas pobres,
e as criadas das burguesinhas ricas
e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.” (Manuel Bandeira)
e as criadas das burguesinhas ricas
e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.” (Manuel Bandeira)
Anástrofe: Ocorre anástrofe
quando há uma simples inversão de palavras vizinhas (determinante /
determinado).
Exemplo: “Tão leve estou 1 que nem sombra tenho.” (Mário Quintana)
1 Estou tão leve…
1 Estou tão leve…
Hipérbato: Ocorre hipérbato
quando há uma inversão completa de membros da frase.
Exemplo: “Passeiam à
tarde, as belas na Avenida. ” 1 (Carlos
Drummond de Andrade)
1 As belas passeiam na Avenida à tarde.
1 As belas passeiam na Avenida à tarde.
Sínquise: Ocorre sínquise
quando há uma inversão violenta de distantes partes da frase. É um hipérbato
exagerado.
Exemplo: “A grita se
alevanta ao Céu, da gente. ” 1 (Camões)
1 A grita da gente se alevanta ao Céu.
1 A grita da gente se alevanta ao Céu.
Hipálage: Ocorre hipálage
quando há inversão da posição do adjetivo: uma qualidade que pertence a uma
objeto é atribuída a outro, na mesma frase.
Exemplo: “… as lojas loquazes dos
barbeiros.” 2 (Eça de Queiros)
2 … as lojas dos barbeiros loquazes.
2 … as lojas dos barbeiros loquazes.
Anacoluto: Ocorre anacoluto
quando há interrupção do plano sintático com que se inicia a frase,
alterando-lhe a seqüência lógica. A construção do período deixa um ou mais
termos – que não apresentam função sintática definida – desprendidos dos
demais, geralmente depois de uma pausa sensível.
Exemplo: “Essas empregadas de hoje, não se pode
confiar nelas.” (Alcântara Machado)
Silepse: Ocorre silepse
quando a concordância não é feita com as palavras, mas com a ideia a elas
associada.
a) Silepse de gênero: Ocorre quando há
discordância entre os gêneros gramaticais (feminino ou masculino).
Exemplo: “Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito.” (Guimarães
Rosa)
b) Silepse de número: Ocorre quando
há discordância envolvendo o número gramatical (singular ou plural).
Exemplo: Corria gente de todos lados, e gritavam.” (Mário Barreto)
c) Silepse de
pessoa: Ocorre quando há discordância entre o sujeito expresso e a pessoa
verbal: o sujeito que fala ou escreve se inclui no sujeito enunciado.
Exemplo: “Na noite
seguinte estávamos reunidas
algumas pessoas.” (Machado de Assis)
Por: Renan Bardine
ATIVIDADE 1
Questão 1
Eu nasci há dez mil anos atrás
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais
(...)
Eu vi a arca de Noé cruzar os mares
Vi Salomão cantar seus salmos pelos ares
Eu vi Zumbi fugir com os negros prá ?oresta
Pro Quilombo dos Palmares, eu vi
(...)
Eu fui testemunha do amor de Rapunzel
Eu vi a estrela de Davi brilhar no céu
E pr’aquele que provar que eu tô mentindo
Eu tiro o meu chapéu.
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais
(...)
Eu vi a arca de Noé cruzar os mares
Vi Salomão cantar seus salmos pelos ares
Eu vi Zumbi fugir com os negros prá ?oresta
Pro Quilombo dos Palmares, eu vi
(...)
Eu fui testemunha do amor de Rapunzel
Eu vi a estrela de Davi brilhar no céu
E pr’aquele que provar que eu tô mentindo
Eu tiro o meu chapéu.
(Eu nasci há dez mil anos atrás, Paulo Coelho e Raul Seixas. LP, Há dez
mil anos atrás, Philips, 1976)
É possível
observar, no trecho sublinhado, a seguinte figura de linguagem:
a) Metonímia.
b) Hipérbole.
c) Catacrese.
d) Ironia.
e) Sinestesia.
Questão 2
(UFPE)
DESCOBERTA DA LITERATURA
No dia-a-dia do engenho/ toda a semana, durante/
cochichavam-me em segredo: / saiu um novo romance./
E da feira do domingo/ me traziam conspirantes/
para que os lesse e explicasse/ um romance de barbante./
Sentados na roda morta/ de um carro de boi, sem jante,/
ouviam o folheto guenzo, / o seu leitor semelhante,/
com as peripécias de espanto/ preditas pelos feirantes./
Embora as coisas contadas/ e todo o mirabolante,/
em nada ou pouco variassem/ nos crimes, no amor, nos lances,/
e soassem como sabidas/ de outros folhetos migrantes,/
a tensão era tão densa,/ subia tão alarmante,/
que o leitor que lia aquilo/ como puro alto-falante,/
e, sem querer, imantara/ todos ali, circunstantes,/
receava que confundissem/ o de perto com o distante,/
o ali com o espaço mágico,/ seu franzino com gigante,/
e que o acabasse tomando/ pelo autor imaginante/
ou tivesse que afrontar/ as brabezas do brigante./ (…)
João Cabral de Melo Neto
Sobre as figuras de linguagem usadas no texto, relacione as duas colunas
abaixo:
1ª COLUNA
(1) Romance de barbante
(2) Roda morta; folheto guenzo (3) Como puro alto-falante (4) Perto/distante/mágico/Franzino/gigante (5) Cochichavam-me em segredo |
2ª COLUNA
( ) Pleonasmo
( ) Metáfora ( ) Comparação ( ) Metonímia ( ) Antítese |
A ordem correta é:
a) 1, 2, 3, 4, 5
b) 5, 2, 3, 1, 4
c) 3, 1, 4, 5, 2
d) 2, 1, 3, 4, 5
e) 2, 4, 5, 3, 1
uestão 3
Leia a
tirinha de “Calvin e Haroldo”, de Bill Watterson:
As figuras de linguagem são importantes recursos expressivos da linguagem oral e escrita. Calvin e Haroldo de Bill Watterso
Qual figura de
linguagem está presente na fala do garoto?
a) Antítese.
b) Prosopopeia.
c) Pleonasmo.
d) Anacoluto.
e)
Ironia.
Questão 4
(ANHEMBI)
“A novidade veio dar à praia
na qualidade rara de sereia
metade um busto de uma deusa maia
metade um grande rabo de baleia
a novidade era o máximo
do paradoxo estendido na areia
alguns a desejar seus beijos de deusa
outros a desejar seu rabo pra ceia
oh, mundo tão desigual
tudo tão desigual
de um lado este carnaval
do outro a fome total
e a novidade que seria um sonho
milagre risonho da sereia
virava um pesadelo tão medonho
ali naquela praia, ali na areia
a novidade era a guerra
entre o feliz poeta e o esfomeado
estraçalhando uma sereia bonita
despedaçando o sonho pra cada lado”
(Gilberto Gil – A Novidade)
Assinale a alternativa que ilustra a figura de linguagem destacada no
texto:
a) “A novidade veio dar à praia/na qualidade rara de sereia”
b)
“A novidade que seria um sonho/o milagre risonho da sereia/virava um pesadelo
tão medonho”
c) “A novidade era a guerra/entre o feliz poeta e o esfomeado”
d) “Metade o busto de uma deusa maia/metade um grande rabo de baleia”
e) “A novidade era o máximo/do paradoxo estendido na areia”
Figuras de Linguagem – Exercícios
ATIVIDADE
2
01. (VUNESP) No trecho: “…dão um
jeito de mudar o mínimo para continuar mandando o máximo”, a figura de
linguagem presente é chamada:
a) metáfora
b) hipérbole
c) hipérbato
d) anáfora
e) antítese
b) hipérbole
c) hipérbato
d) anáfora
e) antítese
02. (PUC – SP) Nos trechos: “O
pavão é um arco-íris de plumas” e “…de tudo que ele suscita e esplende e
estremece e delira…” enquanto procedimento estilístico, temos, respectivamente:
a) metáfora e polissíndeto;
b) comparação e repetição;
c) metonímia e aliteração;
d) hipérbole e metáfora;
e) anáfora e metáfora.
b) comparação e repetição;
c) metonímia e aliteração;
d) hipérbole e metáfora;
e) anáfora e metáfora.
03. (PUC – SP) Nos
trechos: “…nem um dos autores nacionais ou nacionalizados de oitenta pra lá
faltava nas estantes do major” e “…o essencial é achar-se as palavras que o
violão pede e deseja” encontramos, respectivamente, as seguintes figuras de
linguagem:
a) prosopopéia e hipérbole;
b) hipérbole e metonímia;
c) perífrase e hipérbole;
d) metonímia e eufemismo;
e) metonímia e prosopopéia.
b) hipérbole e metonímia;
c) perífrase e hipérbole;
d) metonímia e eufemismo;
e) metonímia e prosopopéia.
04. (VUNESP) Na frase: “O pessoal
estão exagerando, me disse ontem um camelô”, encontramos a
figura de linguagem chamada:
figura de linguagem chamada:
a) silepse de pessoa
b) elipse
c) anacoluto
d) hipérbole
e) silepse de número
b) elipse
c) anacoluto
d) hipérbole
e) silepse de número
05. (ITA) Em qual das opções há
erro de identificação das figuras?
a) “Um dia hei de ir embora / Adormecer no derradeiro sono.” (eufemismo)
b) “A neblina, roçando o chão, cicia, em prece. (prosopopéia)
c) Já não são tão freqüentes os passeios noturnos na violenta Rio de Janeiro. (silepse de número)
d) “E fria, fluente, frouxa claridade / Flutua…” (aliteração)
e) “Oh sonora audição colorida do aroma.” (sinestesia)
b) “A neblina, roçando o chão, cicia, em prece. (prosopopéia)
c) Já não são tão freqüentes os passeios noturnos na violenta Rio de Janeiro. (silepse de número)
d) “E fria, fluente, frouxa claridade / Flutua…” (aliteração)
e) “Oh sonora audição colorida do aroma.” (sinestesia)
06. (UM – SP) Indique a alternativa
em que haja uma concordância realizada por silepse:
a) Os irmãos de Teresa, os pais de Júlio e nós, habitantes desta pacata
região, precisaremos de muita força para sobreviver.
b) Poderão existir inúmeros problemas conosco devido às opiniões dadas neste relatório.
c) Os adultos somos bem mais prudentes que os jovens no combate às dificuldades.
d) Dar-lhe-emos novas oportunidades de trabalho para que você obtenha resultados mais satisfatórios.
e) Haveremos de conseguir os medicamentos necessários para a cura desse vírusinsubordinável a qualquer tratamento.
b) Poderão existir inúmeros problemas conosco devido às opiniões dadas neste relatório.
c) Os adultos somos bem mais prudentes que os jovens no combate às dificuldades.
d) Dar-lhe-emos novas oportunidades de trabalho para que você obtenha resultados mais satisfatórios.
e) Haveremos de conseguir os medicamentos necessários para a cura desse vírusinsubordinável a qualquer tratamento.
07. (FEI) Assinalar a alternativa
correta, correspondente à figuras de linguagem, presentes nos fragmentos
abaixo:
I. “Não te esqueças daquele amor ardente que já nos olhos meus
tão puro viste.”
II. “A moral legisla para o homem; o direito para o cidadão.”
III. “A maioria concordava nos pontos essenciais; nos pormenores porém,
discordavam.”
IV. “Isaac a vinte passos, divisando o vulto de um, pára, ergues a mão
em viseira, firma os olhos.”
a) anacoluto, hipérbato, hipálage, pleonasmo;
b) hipérbato, zeugma, silepse, assíndeto;
c) anáfora, polissíndeto, elipse, hipérbato;
d) pleonasmo, anacoluto, catacrese, eufemismo;
e) hipálage, silepse, polissíndeto, zeugma.
b) hipérbato, zeugma, silepse, assíndeto;
c) anáfora, polissíndeto, elipse, hipérbato;
d) pleonasmo, anacoluto, catacrese, eufemismo;
e) hipálage, silepse, polissíndeto, zeugma.
08. (FEBA – SP) Assinale a
alternativa em que ocorre aliteração:
a) “Água de fonte ………. água de oceano …………. água de pranto. (Manuel
Bandeira)
b) “A gente almoça e se coça e se roça e só se vicia.” (Chico Buarque)
c) “Ouço o tique-taque do relógio: apresso-me então.” (Clarice Lispector)
d) “Minha vida é uma colcha de retalhos, todos da mesma cor.” (Mário Quintana)
e) N.d.a.
b) “A gente almoça e se coça e se roça e só se vicia.” (Chico Buarque)
c) “Ouço o tique-taque do relógio: apresso-me então.” (Clarice Lispector)
d) “Minha vida é uma colcha de retalhos, todos da mesma cor.” (Mário Quintana)
e) N.d.a.
09. (CESGRANRIO) Na frase “O fio da
idéia cresceu, engrossou e partiu-se” ocorre processo de gradação. Não há
gradação em:
a) O carro arrancou, ganhou velocidade e capotou.
b) O avião decolou, ganhou altura e caiu.
c) O balão inflou, começou a subir e apagou.
d) A inspiração surgiu, tomou conta de sua mente e frustrou-se.
e) João pegou de um livro, ouviu um disco e saiu.
b) O avião decolou, ganhou altura e caiu.
c) O balão inflou, começou a subir e apagou.
d) A inspiração surgiu, tomou conta de sua mente e frustrou-se.
e) João pegou de um livro, ouviu um disco e saiu.
10. (FATEC) “Seus
óculos eram imperiosos.” Assinale a alternativa em que aparece a mesma figura
de linguagem que há na frase acima:
a) “As cidades vinham surgindo na ponte dos nomes.”
b) “Nasci na sala do 3° ano.”
c) “O bonde passa cheio de pernas.”
d) “O meu amor, paralisado, pula.”
e) “Não serei o poeta de um mundo caduco.”
b) “Nasci na sala do 3° ano.”
c) “O bonde passa cheio de pernas.”
d) “O meu amor, paralisado, pula.”
e) “Não serei o poeta de um mundo caduco.”
Respostas:
01. E
|
02. A
|
03. E
|
04. E
|
05. C
|
06. C
|
07. B
|
08. B
|
09. E
|
10.C
|
Figuras de Linguagem
ATIVIDADE 3
01. (VUNESP) No trecho: “…dão um
jeito de mudar o mínimo para continuar mandando o máximo”, a figura de
linguagem presente é chamada:
a) metáfora
b) hipérbole
c) hipérbato
d) anáfora
e) antítese
02. (PUC – SP) Nos trechos: “O pavão
é um arco-íris de plumas” e “…de tudo que ele suscita e esplende e estremece e
delira…” enquanto procedimento estilístico, temos, respectivamente:
a) metáfora e polissíndeto;
b) comparação e repetição;
c) metonímia e aliteração;
d) hipérbole e metáfora;
e) anáfora e metáfora.
03. (PUC – SP) Nos trechos: “…nem um
dos autores nacionais ou nacionalizados de oitenta pra lá faltava nas estantes
do major” e “…o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja” encontramos,
respectivamente, as seguintes figuras de linguagem:
a) prosopopéia e hipérbole;
b) hipérbole e metonímia;
c) perífrase e hipérbole;
d) metonímia e eufemismo;
e) metonímia e prosopopéia.
04. (VUNESP) Na frase: “O pessoal
estão exagerando, me disse ontem um camelô”, encontramos a
figura de linguagem chamada:
a) silepse de pessoa
b) elipse
c) anacoluto
d) hipérbole
e) silepse de número
05. (ITA) Em qual das opções há erro
de identificação das figuras?
a) “Um dia hei de ir embora /
Adormecer no derradeiro sono.” (eufemismo)
b) “A neblina, roçando o chão, cicia,
em prece. (prosopopéia)
c) Já não são tão freqüentes os
passeios noturnos na violenta Rio de Janeiro. (silepse de número)
d) “E fria, fluente, frouxa claridade
/ Flutua…” (aliteração)
e) “Oh sonora audição colorida do
aroma.” (sinestesia)
06. (UM – SP) Indique a alternativa
em que haja uma concordância realizada por silepse:
a) Os irmãos de Teresa, os pais de
Júlio e nós, habitantes desta pacata região, precisaremos de muita força para
sobreviver.
b) Poderão existir inúmeros problemas
conosco devido às opiniões dadas neste relatório.
c) Os adultos somos bem mais
prudentes que os jovens no combate às dificuldades.
d) Dar-lhe-emos novas oportunidades
de trabalho para que você obtenha resultados mais satisfatórios.
e) Haveremos de conseguir os
medicamentos necessários para a cura desse vírus insubordinável a qualquer
tratamento.
07. (FEI) Assinalar a alternativa
correta, correspondente à figuras de linguagem, presentes nos fragmentos
abaixo:
I. “Não te esqueças daquele
amor ardente que já nos olhos meus tão puro viste.”
II. “A moral legisla para o
homem; o direito para o cidadão.”
III. “A maioria concordava nos pontos
essenciais; nos pormenores porém, discordavam.”
IV. “Isaac a vinte passos, divisando
o vulto de um, pára, ergues a mão em viseira, firma os olhos.”
a) anacoluto, hipérbato, hipálage,
pleonasmo;
b) hipérbato, zeugma, silepse,
assíndeto;
c) anáfora, polissíndeto, elipse,
hipérbato;
d) pleonasmo, anacoluto, catacrese,
eufemismo;
e) hipálage, silepse, polissíndeto,
zeugma.
08. (FEBA – SP) Assinale a
alternativa em que ocorre aliteração:
a) “Água de fonte ………. água de oceano
…………. água de pranto. (Manuel Bandeira)
b) “A gente almoça e se coça e se
roça e só se vicia.” (Chico Buarque)
c) “Ouço o tique-taque do relógio:
apresso-me então.” (Clarice Lispector)
d) “Minha vida é uma colcha de
retalhos, todos da mesma cor.” (Mário Quintana)
e) N.d.a.
09. (CESGRANRIO) Na frase “O fio da
idéia cresceu, engrossou e partiu-se” ocorre processo de gradação. Não há
gradação em:
a) O carro arrancou, ganhou
velocidade e capotou.
b) O avião decolou, ganhou altura e
caiu.
c) O balão inflou, começou a subir e
apagou.
d) A inspiração surgiu, tomou conta
de sua mente e frustrou-se.
e) João pegou de um livro, ouviu um
disco e saiu.
10. (FATEC) “Seus óculos eram
imperiosos.” Assinale a alternativa em que aparece a mesma figura de linguagem
que há na frase acima:
a) “As cidades vinham surgindo na
ponte dos nomes.”
b) “Nasci na sala do 3° ano.”
c) “O bonde passa cheio de pernas.”
d) “O meu amor, paralisado, pula.”
e) “Não serei o poeta de um mundo
caduco.”
11. Em cada um dos períodos abaixo
ocorre uma silepse. Marque a alternativa que classifica corretamente cada uma
delas.
“Está uma pessoa ouvindo missa,
meia-hora o cansa e atormenta e faz romper em murmurações”.
“E todos assim nos distraímos nesses
preparativos”. (Aníbal Machado)
“A multidão vai subindo, subiram,
subiram mais”. (Murilo Mendes)
A) silepse de gênero, silepse de
número, silepse de número.
B) silepse de pessoa, silepse de
número, silepse de pessoa.
C) silepse de gênero, silepse de
pessoa, silepse de pessoa.
D) silepse de gênero, silepse de
pessoa, silepse de número.
E) silepse de número, silepse de
pessoa, silepse de gênero.
12. (FUVEST) A figura de linguagem
empregada nos versos em destaque é:
“Quando a Indesejada das gentes
chegar
(Não sei se dura ou caroável)
Talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!”
A) clímax
B) eufemismo
C) sínquise
D) catacrese
E) pleonasmo
13. (FUVEST) Identifique a figura de
linguagem empregada nos versos destacados:
“No tempo de meu Pai, sob estes
galhos,
Como uma vela fúnebre de cera,
Chorei bilhões de vezes com a
canseira
De inexorabilíssimos trabalhos!”
A) antítese
B) anacoluto
C) hipérbole
D) litotes
E) paragoge
14. (Mack) Nos versos abaixo, uma
figura se ergue graças co conflito de duas visões antagônicas:
“Saio do hotel com quatro olhos,
- Dois do presente,
- Dois do passado.”
Esta figura de linguagem recebe o
nome de:
A) metonímia
B) catacrese
C) hipérbole
D) antítese
E) hipérbato
15. (Cesesp – PE) Leia atentamente os
períodos:
Vários de nós ficamos surpresos.
Essa gente está furiosa e com medo;
por consequência, capazes de tudo.
Tua mãe, não há idade nem desgraça
que lhe transforme o sorriso.
Entre elas, alguém estava
envergonhada.
Os períodos aça contêm, respectiva e
sucessivamente, as seguintes figuras de sintaxe:
A) Silepse de pessoa, silepse de
gênero, anacoluto, silepse de número.
B) Anacoluto, anacoluto, anacoluto,
silepse de número.
C) Silepse de número, silepse de
pessoa, anacoluto, anacoluto.
D) Silepse de pessoa, silepse de
número, anacoluto, silepse de gênero.
E) Silepse de pessoa, anacoluto,
silepse de gênero, anacoluto.
16. (Maringá) Leia os versos e depois
assinale a alternativa correta:
“Amo do nauta o doloroso grito
Em frágil prancha sobre o mar de
horrores,
Porque meu seio se tornou pedra,
Porque minh’alma descorou de dores.”
(Fagundes Varela)
No primeiro verso, há uma figura que
se traduz por:
A) pleonasmo
B) hipérbato
C) gradação
D) anacoluto
E) anáfora
17. (FAU-Santos) Nos versos: “Bomba
atômica que aterra
Pomba atônita da paz
Pomba tonta, bomba atômica...”
A repetição de determinados elemento
fônicos é um recurso estilístico denominado:
A) hiperbibasmo
B) sinédoque
C) metonímia
D) aliteração
E) metáfora
18. (U. Taubaté) No sintagma: “Uma
palavra branca e fria”, encontramos a figura denominada:
A) sinestesia
B) eufemismo
C) onomatopéia
D) antonomásia
E) catacrese
19. (FMU) Quando você afirma
que enterrou “no dedo um alfinete”, que embarcou “no trem” e que serrou “os pés
da mesa”, recorre a um tipo de figura de linguagem denominada:
A) metonímia
B) antítese
C) paródia
D) alegoria
E) catacrese
20. (ADVISE) No enunciado: “Virgílio,
traga-me uma coca cola bem gelada!”, registra-se uma figura de linguagem
denominada:
A) anáfora
B) personificação
C) antítese
D) catacrese
E) metonímia
21. (ANHEMBI)
“A novidade veio dar à praia
na qualidade rara de sereia
metade um busto de uma deusa maia
metade um grande rabo de baleia
a novidade era o máximo
do paradoxo estendido na areia
alguns a desejar seus beijos de deusa
outros a desejar seu rabo pra ceia
oh, mundo tão desigual
tudo tão desigual
de um lado este carnaval
do outro a fome total
e a novidade que seria um sonho
milagre risonho da sereia
virava um pesadelo tão medonho
ali naquela praia, ali na areia
a novidade era a guerra
entre o feliz poeta e o esfomeado
estraçalhando uma sereia bonita
despedaçando o sonho pra cada lado”
(Gilberto Gil – A Novidade)
Assinale a alternativa que ilustra a
figura de linguagem destacada no texto:
a) “A novidade veio dar à praia/na
qualidade rara de sereia”
b) “A novidade que seria um sonho/o
milagre risonho da sereia/virava um pesadelo tão medonho”
c) “A novidade era a guerra/entre o
feliz poeta e o esfomeado”
d) “Metade o busto de uma deusa
maia/metade um grande rabo de baleia”
e) “A novidade era o máximo/do
paradoxo estendido na areia”
22. (FATEC) "Seus óculos eram
imperiosos." Assinale a alternativa em que aparece a mesma figura de
linguagem que há na frase acima:
a) "As cidades vinham surgindo
na ponte dos nomes."
b) "Nasci na sala do 3°
ano."
c) "O bonde passa cheio de
pernas."
d) "O meu amor, paralisado,
pula."
e) "Não serei o poeta de um
mundo caduco."
23. (VUNESP) Na frase: "O
pessoal estão exagerando, me disse ontem um camelô", encontramos a
figura de linguagem chamada:
a) silepse de pessoa
b) elipse
c) anacoluto
d) hipérbole
e) silepse de número
24. Na expressão: “Faz dois anos que
ele entregou a alma a Deus.” a figura de linguagem presente é:
a) pleonasmo
b) comparação
c) eufemismo
d) hipérbole
e) anáfora
25. (Mackenzie)
- "Ó mar salgado, quanto do teu
sal são lágrimas de Portugal!"
Há, nesses versos, uma convergência
de recursos expressivos, que se realizam por meio de:
I - metonímia;
II - pleonasmo;
III - apóstrofe;
IV - personificação.
Quanto às especificações anteriores,
diz-se que:
a) todas estão corretas.
b) nenhuma está correta.
c) apenas I , II e III estão
corretas.
d) apenas III e IV estão
corretas.
e) apenas I está incorreta.
26. (Marília) - Na expressão:
"Eles têm poder; nós, dinheiro", a figura de construção empregada é:
a) anástrofe
b) elipse
c) zeugma
d) anacoluto
e) hipérbole
27. (Fau – Santos) Nos versos:
“Bomba atômica que aterra
Pomba atômica da paz
Pomba tonta, bomba atômica...”
A repetição de determinados elementos
fônicos é um recurso estilístico denominado:
a) hiperbibasmo
b) sinédoque
c) metonímia
d) aliteração
e) metáfora
28. (Aman) Há uma evidente
onomatopéia em:
a) "Os dois bois tafulham as
munhecas, com cloques sonoros."
b) "E Soronho ri, com estrépito
e satisfação."
c) "... um tremembé atapeado de
alvas florinhas de bem-casados e de longos botões fusiformes de
lírios."
d) "Vam'bora, lerdeza! Tu é bobo
o mole; tu é boi?!..."
e) "De éis, Buscapé, e depois
Namorado, acabaram."
29. (Un. Fe. Uberlândia) Cada
frase abaixo possui uma figura de linguagem. Assinale aquela que não está
classificada corretamente:
a) O céu vai se tornando roxo e a
cidade aos poucos agoniza. (prosopopéia)
b) "E ele riu frouxamente um
riso sem alegria". (pleonasmo)
c) Peço-lhe mil desculpas pelo que
aconteceu. (metáfora)
d) "Toda vida se tece de mil
mortes." (antítese)
e) Ele entregou hoje a alma a Deus.
(eufemismo).
30. (UFPB)
I."À custa de muitos
trabalhos, de muitas fadigas, e sobretudo de muita paciência..."
II."... se se queria que
estivesse sério, desatava a rir..."
III."... parece que uma mola
oculta o impelia..."
IV."... e isto (...) dava em
resultado a mais refinada má-criação que se pode imaginar."
Quanto às figuras de linguagem, há
neles, respectivamente,
a) gradação, antítese, comparação e
hipérbole.
b) hipérbole, paradoxo, metáfora e
gradação.
c) hipérbole, antítese, comparação e
paradoxo.
d) gradação, antítese, metáfora e
hipérbole.
e) gradação, paradoxo, comparação e
hipérbole.
31. (FEI) Assinalar a
alternativa correta, com relação as figuras de linguagem, presentes nos
fragmentos a seguir:
I. “Não te esqueças daquele amor
ardente que já nos olhos meus tão puro viste.”
II. “A moral legisla para o homem; o
direito, para o cidadão.”
III. “A maioria concordava nos pontos
essenciais; nos pormenores porém, discordavam.”
IV. “Isaac a vinte passos, divisando
a vulto de um, pára, ergue a mão em viseira, firma os olhos.”
a) anacoluto, hipérbato, hipálage,
pleonasmo
b) hipérbato, zeugma, silepse,
assíndeto
c) anáfora, polissíndeto, elipse,
hipérbato
d) pleonasmo, anacoluto, catacrese,
eufemismo
e) hipálage, silepse, polissíndeto,
zeugma
32. (UFPE) Nos enunciados abaixo, a
palavra destacada NÃO tem sentido conotativo em:
a) A comissão técnica está
dissolvida. Do goleiro ao ponta-esquerda.
b) Indispensável à boa forma, o
exercício físico detona músculos e ossos, se mal praticado.
c) O melhor tenista brasileiro perde
o jogo, a cabeça e o prestígio em Roland Garros.
d) Sob a mira da Justiça, os sorteios
via 0900 engordam o caixa das principais emissoras.
e) Alta nos juros atropela sonhos da
classe média.
33. (FUVEST) A catacrese, figura que
se observa na frase "Montou o cavalo no burro bravo", ocorre
em:
a) Os tempos mudaram, no devagar
depressa do tempo.
b) Última flor do Lácio, inculta e
bela, és a um tempo esplendor e sepultura.
c) Amanheceu, a luz tem cheiro
d) Ó mar salgado, quanto do teu sal
são lágrimas de Portugal.
e) Apressadamente, todos embarcaram
no trem.
34. (VUNESP) Assinale a alternativa
em que está caracterizada a figura de sintaxe denominada pleonasmo.
a) Esperamos, sinceramente,
você compreenda nossos motivos.
b) Dizem que os brasileiros
autênticos somos loucos por futebol.
c) Ao povo, nada lhe dão que
não seja seguido de novos impostos.
d) Ele que era forte e
corajoso, ei-lo fraco e covarde.
e) Informaram que Sua Santidade
continua adoentado.
35. (FUNCAB - Técnico de
Administração) O fragmento transcrito que possui um exemplo de onomatopeia é:
a) “– É mesmo? – respondeu ele.
– PentiumII?”
b) “Mas tudo durou pouco, porque
um certo escritor amigo meu me telefonou.”
c) “–Clic – fiz eu do outro
lado.”
d) “– E como você fica aí,
dando risada?”
e) “Bobagem, como logo se
veria.”
36. (FUNCAB - Médico Legista - ES) As
figuras de linguagem são usadas como recursos estilísticos para dar maior valor
expressivo à linguagem.
No seguinte trecho “Tu és a chuva e
eu sou a terra [...]” predomina a figura, denominada:
a) onomatopeia.
b) hipérbole.
c) metáfora.
d) catacrese.
e) sinestesia.
37. (VUNESP - PM-SP) Em – Mas
há as ficções benignas, como as que saíram dos pincéis de um Goya ou da pena de
um Cervantes... –, a figura de linguagem empregada no termo destacado é
a) metonímia.
b) ambiguidade.
c) antítese.
d) anáfora.
e) hipérbole.
38. (FUVEST) A catacrese, figura que
se observa na frase “Montou o cavalo no burro bravo”, ocorre em:
a) Os tempos mudaram, no devagar
depressa do tempo.
b) Última flor do Lácio, inculta e
bela, és a um tempo esplendor e sepultura.
c) Apressadamente, todos embarcaram
no trem.
d) Ó mar salgado, quanto do teu sal
são lágrimas de Portugal.
e) Amanheceu, a luz tem cheiro.
39. (UFPA) Tecendo a manhã
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe o grito que um galo
antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de
galo,
para que a manhã, desde uma teia
tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz
balão.
(MELO, João Cabral de. In: Poesias
Completas. Rio de Janeiro, José Olympio, 1979)
Nos versos:
“E se encorpando em tela, entre
todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no
toldo…”
tem-se exemplo de
a) eufemismo
b) antítese
c) aliteração
d) silepse
e) sinestesia.
40. (UFSCAR-SP) Para responder a esta
questão, leia os versos:
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
Mudaram as estações
Nada mudou.
É notória a oposição de ideias nos
versos, o que significa que neles se encontra como principal figura de
linguagem a:
a) metáfora
b) antítese
c) sinestesia
d) metonímia
e) catacrese
41. (UERJ) A construção poética do
discurso baseia-se frequentemente na utilização de figuras de linguagem,como a
metonímia. O poeta recorreu a esta figura em:
a) “Ah, os rostos sentados”
b) “Os retratos em cor, na parede,”
c) “que exerceram (…) o manso ofício”
d) “de fazer esperar com esperança.”
42. (UERJ) “Mas, recusando o
colóquio, desintegrou-se no ar constelado de problemas.” O estranhamento
provocado no verso sublinhado constitui um caso de:
a) pleonasmo
b) metonímia
c) hipérbole
d) metáfora
43. (UERJ) Figuras de linguagem – por
meio dos mais diferentes mecanismos – ampliam o significado de palavras e
expressões, conferindo novos sentidos ao texto em que são usadas. A alternativa
que apresenta uma figura de linguagem construída a partir da equivalência entre
um todo e uma de suas partes é:
a) “que um homem e uma mulher ali
estejam, pálidos, se movendo na penumbra como dentro de um sonho?”
b) “Entretanto a cidade, que durante
uns dois ou três dias parecia nos haver esquecido, voltava subitamente a
atacar.”
c) “batia com os nós dos dedos, cada
vez mais forte, como se tivesse certeza de que havia alguém lá dentro.”
d) “Mas naquela manhã ela se sentiu
tonta, e senti também minha fraqueza;”
44. (UERJ) O processo de
personificação é um recurso utilizado no texto para humanizar a narrativa e
cativar o leitor. Um exemplo de personificação aparece no seguinte fragmento:
a) “Passar cinqüenta anos sem poder
falar sua língua com alguém é um exílio agudo dentro do silêncio.”
b) “E como as folhas não falavam,
punha-se a ler em voz alta, fingindo ouvir na própria voz a voz do outro,”
c) “Cinqüenta anos olhando as
planuras dos pampas, acostumado já às carnes generosas dos churrascos
conversados em espanhol”
d) “Era agora um homem inteiro.
Tinha, enfim, nos lábios toda a canção.”
46. (Inatel) Reconheça e
classifique as figuras de palavras, de construção e de pensamento:
( ) “Quando uma lousa cai
sobre um cadáver mudo”.
( ) “Terrível hemorragia de
sangue”.
( ) “Das idades através”.
( ) “Oxalá tenham razão”.
( ) “Trejeita, e canta, e ri
nervosamente”.
(1) Polissíndeto
(2) Hipérbato
(3) Epíteto
(4) Pleonasmo
(5) Elipse
A sequência que corresponde à
resposta correta é:
a) 4,3,5,2,1
b) 3,4,2,1,5
c) 3,4,2,5,1
d) 3,4,5,2,1
47. (Cescea) Identifique os recursos
estilísticos empregados no texto:
“Nem tudo tinham os antigos, nem tudo
temos, os modernos”. (Machado de Assis)
a) anáfora – antítese – silepse
b) metáfora – antítese – elipse
c) anástrofe – antítese –
zeugma
d) pleonasmo – antítese –
silepse
e) anástrofe – comparação –
parábola.
48. (FUVEST) A figura de linguagem
empregada nos versos em destaque é:
“Quando a Indesejada das gentes
chegar
(Não sei se dura ou caroável)
Talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
- Alô, iniludível!”
a) clímax
b) eufemismo
c) sínquise
d) catacrese
e) pleonasmo.
49. (Mack) Nos versos abaixo,
uma figura se ergue graças co conflito de duas visões antagônicas:
“Saio do hotel com quatro olhos,
- Dois do presente,
- Dois do passado.”
Esta figura de linguagem recebe o
nome de:
a) metonímia
b) catacrese
c) hipérbole
d) antítese
e) hipérbato
50. (CESGRANRIO) Na frase "O fio
da idéia cresceu, engrossou e partiu-se" ocorre processo de gradação. Não
há gradação em:
a) O carro arrancou, ganhou
velocidade e capotou.
b) O avião decolou, ganhou altura e
caiu.
c) O balão inflou, começou a subir e
apagou.
d) A inspiração surgiu, tomou conta
de sua mente e frustrou-se.
e) João pegou de um livro, ouviu um
disco e saiu.
GABARITO
0
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